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A pandemia e a fome

Estreia da colunista Profª Ana Maria Sampaio, trazendo uma reflexão sobre a pandemia e a fome no Brasil em uma perspectiva social

Por Redação Regional News em 05/05/2021 às 12:13:19

A fome no Brasil não é novidade no nosso cotidiano. Nos anos 80 o sociólogo brasileiro, Herbet de Souza o "Betinho", dizia uma frase muito atual nos dias de 2021 "Quem tem fome tem pressa".

O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, fundou o Ibase em 1980 e, na década de 1990, tornou-se símbolo de cidadania no Brasil ao liderar a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, conhecida popularmente como a campanha contra a fome. Betinho mobilizou a sociedade brasileira para enfrentar a pobreza e a desigualdade.

Entre os anos 1993 a 2004 a fome assolava o Brasil e foi necessário mobilizar a sociedade civil para ajudar as famílias que não tinha condições prover as suas necessidades básicas de alimentação.

E entre 2007 a 2017 a situação dos brasileiros melhorou consideravelmente, que Ação pela Cidadania deixou de fazer a campanha do natal sem fome, pois a política do governo federal desde 2003 melhoraram muito a segurança alimentar da população brasileira ao ponto de 2014 a ONU ter tirado o Brasil do mapa da fome.

Com a pandemia a situação das pessoas em vulnerabilidade social agravou consideravelmente e a pobreza foi desnudada.

O Brasil bateu o recorde de desemprego que atingiu nos meses de dezembro de 2020, e janeiro e fevereiro de 2021 uma taxa de 14,4%. O resultado indica que a população desocupada procurando por emprego cresceu em 400 mil pessoas no trimestre, abrangendo 14,4 milhões de brasileiras/os. Esse resultado se deve ao crescimento do desemprego, mas também da população subocupada, que aumentou em 180 mil pessoas. No mesmo período, a população desalentada, que desistiu de procurar trabalho por conta da falta de perspectiva, cresceu em 230 mil pessoas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE.

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Diante desse cenário de desemprego percebemos um aumento de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, aumento também da desigualdade, da fome e da miserabilidade.

O Brasil consegue ser hoje um dos países com auto índice de desigualdade.

Muitas famílias não têm nem sabonete e nem água potável para fazer a higiene necessária na pandemia. E nem alimentação mínima para passar o dia. Esse é o cenário do Brasil.

Ainda que essas pautas encontrem grande engajamento nas organizações da sociedade civil e na solidariedade cidadã, é notória a omissão do Estado brasileiro, que resulta no agravamento da fome e insegurança alimentar.

Dessa forma precisamos que o governo volte o mais urgente possível com auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 e também repasse recursos aos municípios para suprir as famílias com a alimentação adequada, conforme esta consignado na Constituição Federal como direito. E não menos importante precisamos da vacina para todos para que a economia possa voltar crescer. Só assim o índice de pobreza extrema no Brasil estará em patamar mais baixo.

Gostou da coluna? Fique atento, será publicado quinzenalmente às quartas.

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